Por Natália Nascimento 26/08/2022

Esses dias falando sobre parto aqui me fez pensar do quão difícil é assumirmos o nosso protagonismo. E no quão difícil é que permitam que nós o façamos. É muito nítida a percepção que se tem há muito tempo de que nós não sabemos, ou conseguimos, ou podemos decidir sobre nós. Estranho isso né – NÓS SOBRE NÓS. Ué quem mais poderia ser?
Assumir nosso protagonismo é expor nossos desejos. Assumir nosso protagonismo é correr atrás de sonhos. Porém assumir nosso protagonismo é muitas vezes remar contra a maré.
É praticar a partir de então o que muitas vezes você ouviu que não podia. É discordar de coisas em que se apoiou durante toda vida. É falar de assuntos que antes eram escondidos.
Ser protagonista é decidir o que antes já era definido, é fazer escolhas antes das opções. É começar a dizer não às coisas que automaticamente eram sim. É ser voz antes que te calem. Hoje não consigo falar sobre maternidade sem falar sobre protagonismo. Não há como ser intensa nessa tarefa sem exercer nosso papel, de PROTAGONISTAS.
A maternidade não vem para encerrar nossas funções. Ela não é o auge da vida de uma mulher, como maravilhosamente disse Alexandre Coimbra em uma de suas brilhantes aulas. Ela é mais uma função que nós desejamos ter em nossas vidas. Mas que, de certo modo, seja uma das nossas poucas oportunidades de sermos vistas como protagonistas, pois então que sejamos vistas a partir dela.
Faça valer o seu maternar. Honre sua história, agradeça aos seus por quem és até aqui. Mas se torne responsável por essa função. Suas escolhas como mulher mãe devem ser validadas.
Busque conhecimento, procure ajuda, tenha rede de apoio mas ocupe o seu lugar!

Natália é psicóloga, mãe de duas meninas: a Nina e a Liz. No instagram, ela escreve textos e conteúdo voltado para mães. Em Itatiaia, Natália representa a Campanha Maio Furta Cor, que aborda sobre saúde mental materna.